domingo, 15 de março de 2009

Escola Básica Integrada da Malagueira


Tivemos conhecimento que havia deficientes auditivos na escola da Malagueira, portanto no dia 16 de Fevereiro realizamos uma visita a essa escola, com um intuito de conhecer o espaço escolar e ter contacto com directo com essas pessoas.
Em primeiro lugar falamos com a responsável pela Unidade De Apoio à Educação De Crianças e Jovens Surdos de Évora, que nos explicou o funcionamento das aulas, das disciplinas e dos horários.

Tivemos conhecimento que:

- enquanto para nós a primeira língua (língua materna) é a língua portuguesa e a segunda a língua estrangeira (inglês, português, etc.) para eles a primeira língua é a língua gestual portuguesa e a segunda a língua portuguesa, que equivale à nossa língua estrangeira.
- a escola da Malagueira é a referência de bilingue para o distrito de Évora.
- os deficientes auditivos são isentos da disciplina de educação musical e quando matriculados o método de ensino é completamente diferente.
- a equipa é formada por 4 professoras (todas sabem lgp), 1 terapeuta da fala e 2 interpretes.
- existem dois tipos de surdez: uma quando é derivada de otites ou traumatismos, e a outra neurosensorial (durante a formação do feto).
- o implante coclear (dispositivo electrónico, parcialmente implantado) é o último recurso da surdez profunda.
- é muito raro que os surdos consigam ler os lábios.
- os surdos NÃO SÃO mudos, a não ser que tenham problemas nas cordas vocais.
- existe um livro chamado 'O grito da gaivota' que foi escrito por Emmanuelle Laborit, uma surda profunda, que é a protagonista deste testemunho, marcado pela memória de um crescimento que se viveu diferente; testemunho de uma vida, vista pelos olhos de uma menina, contado pelo sentir de uma mulher. Relato pessoal e subjectivo de alguém que cresceu no mundo do silêncio, que nunca aprendeu a viver à distância da comunicação, e que acaba por se libertar de um mundo que não precisava de ser assim. O Grito da Gaivota confronta-nos com uma realidade de que em geral pouco conhecemos, e convida-nos a partilhar as experiências, tantas vezes dolorosas, do dia-a-dia dos que vivem envoltos no silêncio e na incompreensão.

Antes da visita a este estabelecimento mandamos um inquérito à responsável pelo departamento, Ana Paula Garrido.

Obrigado pela colaboração*

Nenhum comentário: